A união entre marcas e festivais de música já ultrapassou o patrocínio tradicional. Hoje, portanto, não se trata apenas de exibir logotipos em palcos ou distribuir brindes; ao contrário, as marcas que investem em festivais buscam criar experiências imersivas, sensoriais e memoráveis, capazes de gerar conexão emocional com o público. Assim, mais do que vender um produto, elas vendem sensações, estilos de vida e pertencimento.
Além disso, esses eventos tornaram-se verdadeiros laboratórios de marketing de experiência, onde as ativações se transformam em verdadeiros palcos de experimentação criativa. Com isso, os festivais passam a ser espaços estratégicos de construção de branding, potencializando o reconhecimento e a afinidade da marca com seu público-alvo.
Doritos e o Lollapalooza: ativismo com sabor e atitude
No Lollapalooza Brasil, a Doritos tem se destacado como uma das marcas que mais compreendem a alma do festival. A marca, conhecida por seu posicionamento ousado e inclusivo, vai além da distribuição de snacks: ela transforma seu espaço em um ambiente onde ativismo, música e estilo se encontram.
Em edições recentes, a Doritos montou ativações com estandes imersivos que promovem a diversidade e a liberdade de expressão. Com a campanha “Bold é ser quem você é”, a marca criou lounges temáticos, ativações com realidade aumentada, maquiagem gratuita e ativações que celebram a comunidade LGBTQIA+. Além disso, ações digitais integradas levavam os conteúdos ao TikTok e Instagram, ampliando o alcance da marca nas redes.
Essa estratégia vai ao encontro do que chamamos de marketing experiencial: o produto não está apenas à venda, ele se insere em uma narrativa maior. A marca se posiciona como defensora de causas, constrói afinidade com valores sociais e, com isso, se fortalece no imaginário coletivo.
Heineken no Rock in Rio: sustentabilidade e sofisticação no copo
A Heineken, por sua vez, tem aproveitado o Rock in Rio para consolidar seu posicionamento de marca premium e consciente. Em suas últimas participações, a marca promoveu ações ligadas à sustentabilidade e ao consumo responsável, com estandes cenográficos que uniam música eletrônica, drinks e consciência ambiental.
Em 2022, por exemplo, a cervejaria criou a “Green Your City”, uma instalação com painéis de energia solar, bicicletas que geravam energia para iluminação e copos reutilizáveis. Tudo isso aliado a experiências sensoriais: áreas com DJs convidados, bares instagramáveis e ativações interativas fizeram o público não apenas consumir, mas vivenciar a essência da Heineken.
Além disso, a integração com plataformas digitais foi essencial: QR codes espalhados pelo espaço levavam os visitantes a conteúdos exclusivos, playlists e desafios nas redes sociais. A experiência on e offline se entrelaçou de forma fluida, ampliando o impacto da campanha e reforçando a presença da marca em diferentes pontos de contato.
Coachella e YouTube: streaming, exclusividade e presença global
O Coachella, festival californiano que dita tendências globais de moda, música e comportamento, tem no YouTube um de seus parceiros mais estratégicos. A plataforma de vídeos transmite o festival ao vivo, com câmeras exclusivas, bastidores, entrevistas com artistas e conteúdos imersivos em 360 graus. Mas a parceria vai além do streaming.
Nos últimos anos, o YouTube tem utilizado o Coachella como vitrine para promover suas funcionalidades, como o YouTube Shorts e as transmissões em alta definição. Além disso, ativações no próprio local incluem espaços com experiências gamificadas, estúdios para criadores de conteúdo e ativações exclusivas para convidados.
Com isso, o YouTube transforma o festival em um ecossistema interativo, onde o público não apenas assiste, mas participa, comenta, compartilha. Essa é uma das maiores potências da parceria: conectar os palcos físicos aos palcos digitais, garantindo alcance global para a experiência do evento.
O poder do marketing imersivo nos festivais
As marcas que ativam em festivais não buscam apenas visibilidade: elas desejam construir narrativas, provocar sentimentos e gerar memórias. O segredo está em criar uma experiência sensorial completa — visual, tátil, auditiva e emocional — que aproxime o consumidor da essência da marca.
É por isso que vemos estandes com realidade aumentada, ambientes temáticos, estações de fotos e ativações gamificadas. Essa combinação de estímulos transforma um simples momento de contato em uma lembrança marcante e compartilhável, com alto potencial de viralização nas redes sociais.
Além disso, os festivais oferecem a possibilidade de segmentação precisa de público, já que os participantes compartilham interesses comuns — como música, lifestyle, moda e comportamento. Isso permite que as marcas desenhem ativações personalizadas e altamente alinhadas com os valores dos frequentadores.
Conclusão: branding em ritmo de festival
Festivais de música são muito mais que entretenimento: são oportunidades valiosas para marcas criarem conexões verdadeiras com seus consumidores. Quando bem executadas, as ativações nesses eventos se transformam em plataformas de branding emocional, capazes de gerar identificação, engajamento e fidelidade.
Seja com um snack ousado no Lollapalooza, uma cerveja sustentável no Rock in Rio ou uma transmissão imersiva no Coachella, o importante é que a experiência seja significativa, relevante e inesquecível. O futuro da publicidade está na experiência — e os festivais são o palco perfeito para essa nova era do marketing.
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