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Por que as grifes estão abrindo cafeterias e docerias?

Há tempos o luxo deixou de ser apenas sobre o produto. Hoje, ele é, acima de tudo, sobre a experiência. E uma experiência de marca verdadeiramente memorável é aquela que ativa os sentidos: visão, tato, audição… e claro, o paladar. As cafeterias de grife são muito mais do que lugares para um simples café; elas representam uma sofisticada estratégia de marketing e branding.

Ao abrir espaços como a Gucci Osteria, o Tiffany Blue Box Café ou o Prada Marchesi, essas marcas não estão apenas vendendo café ou doces. Estão convidando o consumidor a vivenciar a marca em uma dimensão totalmente nova. O cappuccino com o monograma da Gucci ou o bolo servido em porcelana azul Tiffany são uma forma de reforçar a estética, o estilo de vida e o universo simbólico dessas grifes.

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Da vitrine ao feed: o apelo do “instagramável”

Outro ponto crucial está na comunicação visual e no marketing orgânico. Ambientes assinados por grandes marcas são pensados até o último detalhe para serem “instagramáveis”. Xícaras, espelhos e espaços decorados se transformam em conteúdo gerado pelo próprio consumidor.

Na prática, isso vira uma forma de divulgação espontânea. Uma selfie com uma sobremesa do Dior Café pode valer mais do que muitos anúncios pagos. Isso acontece porque mostra que a pessoa realmente escolheu estar ali e admira aquela marca. Assim, a experiência de tomar um café ou comer um doce nesses lugares se torna uma forma de expressar estilo e, também, um certo status nas redes sociais.

Luxo acessível e estilo de vida: a estratégia das cafeterias de grife

Se comprar uma bolsa Chanel está fora da realidade da maioria das pessoas, tomar um café no espaço da marca pode parecer um luxo possível. Essas experiências funcionam como uma porta de entrada para o universo das grifes, oferecendo um primeiro contato emocional com o estilo e os valores da marca. Trata-se de uma estratégia conhecida como brand stretching, quando a marca se expande para novas categorias sem perder sua essência.

Ao vender produtos mais acessíveis, como cafés e doces, as marcas de luxo conseguem atrair mais pessoas sem perder sua sofisticação, pelo contrário, acabam reforçando sua imagem. Elas deixam de ser só marcas de roupa e passam a influenciar o jeito de viver das pessoas, criando um estilo de vida que envolve moda, decoração, comida e até viagens.

Investir em gastronomia, portanto, não é apenas diversificar o portfólio , é criar experiências sensoriais e culturais que mantêm a marca presente no cotidiano do consumidor, fortalecendo sua identidade e ampliando sua relevância de forma estratégica.

Não é só café, é construção de marca

A tendência das grifes de moda abrirem cafeterias e docerias vai muito além do desejo de diversificar receitas. Trata-se de uma estratégia sofisticada de branding, onde a comida é uma extensão do storytelling da marca. O prato, o ambiente e até a música de fundo são parte de uma narrativa cuidadosamente construída para emocionar, envolver e fidelizar.

Em tempos onde o consumidor busca não apenas consumir, mas sentir, a moda gastronômica é a nova aposta das marcas para permanecerem relevantes, desejadas e, acima de tudo, presentes.

Em suma, as cafeterias de grife são muito mais do que um local para apreciar um café: elas são um convite para adentrar o universo simbólico e estético das grandes marcas, proporcionando uma vivência que vai além do consumo e se transforma em um elo emocional com o consumidor. Essa tendência evidencia como o luxo evoluiu — de um produto exclusivo para uma experiência compartilhável, sensorial e, sobretudo, memorável.

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