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Música, Marcas e Games: Quando o Show é no Controle

O universo dos games ultrapassou as barreiras do entretenimento tradicional para se consolidar como uma verdadeira plataforma cultural. Muito além de jogabilidade e gráficos imersivos, os jogos se tornaram ambientes onde música, publicidade e experiências digitais se encontram, criando novas formas de engajamento entre artistas, marcas e comunidades.

Essa convergência entre indústria musical, marcas comerciais e o cenário gamer representa uma mudança significativa na maneira como as marcas se comunicam com o público, principalmente com as gerações mais jovens. Nesse ecossistema, artistas realizam shows dentro de jogos, empresas promovem produtos através de ativações interativas, e usuários participam ativamente dessas experiências — tudo em tempo real, dentro de mundos virtuais.

A revolução musical de Sabrina Carpenter no Fortnite

Em 2024, a cantora Sabrina Carpenter foi a grande estrela do Fortnite Festival, ação desenvolvida pela Epic Games que combina performance musical com elementos de jogabilidade. No evento, Sabrina apareceu em um cenário virtual inspirado na estética de seus videoclipes, em especial o universo visual de “Feather”, com palcos flutuantes, ambientes etéreos e figurinos digitalizados.

O público participou como se estivesse em um show interativo, escolhendo ângulos e dançando com emotes sincronizados à música. Além disso, itens cosméticos digitais foram vendidos dentro do jogo. Esses acessórios digitais estendem a identidade da cantora e da promoção.

Assim, a presença de Sabrina Carpenter no Fortnite foi uma estratégia de marketing musical eficaz. Essa ativação, por sua vez, promoveu sua turnê e aumentou os streams das músicas. Além disso, gerou buzz nas redes sociais e exposição global, além de associar a imagem dela a um universo digital valorizado pelos jovens.

Outros cases que moldaram o caminho

A ação de Sabrina Carpenter segue a tendência iniciada por Marshmello em 2019 no Fortnite, quando ele atraiu milhões de jogadores com um grande show digital.

No ano seguinte, em 2020, Travis Scott elevou a experiência com o show “Astronomical”. Esse espetáculo combinava efeitos visuais, narrativa futurista e um setlist impactante.

Esses shows, portanto, foram gatilhos culturais e comerciais importantes. Eles movimentaram os setores da música, licenciamento, publicidade e moda digital.

Além disso, geraram receitas com a venda de itens in-game e aumentaram o engajamento dos fãs, reforçando o vínculo emocional com as marcas dos artistas.

A publicidade no centro do palco digital

Experiências musicais em games tornaram-se territórios estratégicos para marcas. Dessa forma, elas constroem narrativas autênticas e profundas, integrando publicidade à experiência do jogador.

Diferentemente dos anúncios tradicionais, essa publicidade não interrompe o conteúdo. Pelo contrário, ela é integrada, contextualizada e muitas vezes personalizável.

Por exemplo, marcas como Nike, Doritos, Coca-Cola, Gucci e Balenciaga criaram espaços temáticos em jogos. Jogos como Fortnite e Roblox receberam lojas, ambientes e avatares próprios dessas marcas.

Além disso, a trilha sonora nesses espaços reforça o posicionamento da marca. Músicas licenciadas e trilhas personalizadas criam conexão emocional e fortalecem valores corporativos.

Games como novas plataformas de descoberta musical

Além dos shows, os games se transformaram em curadores musicais contemporâneos. Jogos como GTA V possuem rádios internas que apresentam músicas de diferentes estilos e países. Em FIFA, PES e NBA2K, as trilhas são cuidadosamente escolhidas para criar uma atmosfera única, influenciando o gosto musical de milhões de jogadores.

Para artistas emergentes, estar presente em um jogo pode significar uma explosão de alcance e engajamento. Para as marcas, isso representa a chance de associar seus produtos a experiências sensoriais inesquecíveis. A música dentro do game atua como ponto de contato, memória afetiva e reforço de identidade — três pilares fundamentais para qualquer estratégia de branding.

Oportunidades para marcas e criadores

A união entre games, música e publicidade é particularmente interessante para marcas que buscam formatos não convencionais de engajamento, especialmente com públicos nativos digitais. Ao criar eventos exclusivos, trilhas sonoras personalizadas ou ativações gamificadas, empresas conseguem se inserir de forma natural no cotidiano dos consumidores, respeitando a linguagem e a lógica dos ambientes virtuais.

Agências de publicidade também encontram nesse campo uma chance de explorar novos territórios criativos, colaborando com artistas, programadores e desenvolvedores para criar campanhas híbridas, que mesclam entretenimento, cultura pop e interatividade.

Conclusão: um novo palco para experiências memoráveis

A participação de Sabrina Carpenter no Fortnite simboliza uma nova era da comunicação digital, onde os limites entre música, jogo e marca são cada vez mais difusos. Os games não são mais apenas sobre vencer desafios ou acumular pontos — são sobre viver experiências completas, onde o público é espectador e protagonista ao mesmo tempo.

Neste cenário em constante evolução, entender as regras desse jogo é essencial para qualquer marca que queira se manter culturalmente relevante. A publicidade do futuro é gamificada, sonora, participativa e integrada. E quem souber contar boas histórias dentro desses mundos digitais sairá na frente.

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