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O feio que funciona: por que nem tudo precisa ser bonito para dar resultado

O feio que funciona:

por que nem tudo precisa ser bonito para dar resultado

Nem sempre o bonito converte. Nem sempre o layout mais moderno é o mais eficiente. E é justamente aí que entra uma das expressões mais polêmicas da comunicação: o feio que funciona.

Pode parecer estranho à primeira vista. Afinal, trabalhamos com design. E design, para muita gente, ainda é sinônimo de estética. Mas a verdade é que, no mercado, nem sempre o mais bonito entrega o melhor desempenho.

O caso Dolly: saturação, mascote e barulho

Pense nas campanhas da Dolly. Cores saturadas, mascote com visual ultrapassado, trilha sonora repetitiva e bordões marcantes. Visualmente, tudo ali pode parecer “ruim” para olhos treinados. Mas, na prática, essa estética exagerada cumpre exatamente seu papel: ser lembrada.

O público da Dolly é aquele que consome TV aberta, que se conecta com o popular, com o que é direto. Não há espaço para minimalismo. O excesso visual é o que gruda na memória.

Supermercados BH: a estética do grito

Outro exemplo claro é o dos Supermercados BH. As artes e vídeos publicitários da rede usam letras grandes, cores vibrantes como vermelho e amarelo, setas, preços destacados e locutores com entonação forçada. Esteticamente, pode parecer desorganizado, mas na prática, essa estratégia é pensada para comunicar diretamente com um público que valoriza o preço baixo e a clareza da oferta.

Esses materiais geram impacto, mesmo quando o consumidor está apenas passando rapidamente pelos stories ou por uma rua movimentada.

Quando o clean não conecta

Desse modo, quando esse mesmo público é exposto a uma comunicação mais clean, refinada, com muito espaço em branco e tipografia minimalista, a reação tende a ser de estranhamento ou desinteresse. Essa estética mais silenciosa pode parecer “fraca” ou até “coisa de rico”, gerando distância em vez de proximidade.

Por isso, um layout bem resolvido do ponto de vista estético pode falhar justamente por não gerar identificação. A beleza, nesse caso, pode parecer irrelevante.

Por que isso incomoda os designers?

Porque fomos treinados para priorizar a harmonia, o equilíbrio, a beleza. Mas o mercado nos ensina que comunicação eficaz não é apenas uma questão de bom gosto, é uma questão de resultado.

Design é forma, sim. Mas é também função. E função, muitas vezes, significa causar impacto. Marcar presença. Sair do óbvio, ainda que isso signifique sair do bonito.

A escolha: agradar o ego ou bater a meta

A provocação aqui não é abandonar o estudo estético. Mas sim aceitar que o bonito não é o único caminho possível. Em um projeto, o ideal é que forma e função andem juntos. Mas, quando a balança pesa, o mercado vai sempre pender para o que funciona.

Talvez o feio que funciona seja apenas uma etapa. Um trampolim para algo melhor. Mas ignorá-lo por puro orgulho visual pode custar vendas, engajamento e relevância.
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