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Super Bowl: o grande palco publicitário

O Super Bowl, final do campeonato da National Football League (NFL), é mais do que um evento esportivo de grande audiência nos Estados Unidos — é um espetáculo midiático e cultural que se tornou sinônimo de inovação publicitária.

A cantora Rihanna durante o show do intervalo do Super Bowl, em 12/02/2023 (Gregory Shamus/Getty Images)
Shows que Vendem Marcas: O Super Bowl como Palco Publicitário

O Super Bowl, final da NFL, ultrapassou o status de evento esportivo. Hoje, ele é um megapalco global de mídia, cultura e negócios.

Mais do que futebol americano, é um espetáculo completo. Música, celebridades, entretenimento e publicidade se unem para criar experiências marcantes.

O Super Bowl é, sem dúvida, o ápice da publicidade de alto investimento. Além disso, a disputa ocorre não só entre times, mas também entre marcas por atenção e engajamento.

Nesse contexto, os intervalos comerciais e o Halftime Show são verdadeiras vitrines de luxo. Assim, campanhas inovadoras, branding emocional e storytelling estratégico dominam esses momentos.

Publicidade no Super Bowl: uma vitrine de alto impacto

Inserir um comercial no intervalo do Super Bowl é uma jogada audaciosa de marketing. De fato, o custo ultrapassa 7 milhões de dólares por 30 segundos de exibição.

Além disso, esse espaço publicitário é um dos mais caros e disputados do mundo. No entanto, o retorno em visibilidade e repercussão nas redes sociais justifica o investimento.

Marcas que anunciam no Super Bowl buscam mais que vender produtos. Na verdade, elas querem criar reconhecimento, emocionar e gerar conversas entre o público.

Para isso, os comerciais são cuidadosamente produzidos, com roteiros e efeitos visuais sofisticados. Celebridades participam e as narrativas abordam causas sociais, diversidade e sustentabilidade.

Portanto, o evento funciona como um laboratório de tendências em comunicação e marketing emocional.

O Halftime Show e o poder do branding musical
Super Bowl 50 (Beyonce, Coldplay e Bruno Mars)

Entre os elementos que mais reforçam a identidade das marcas durante o Super Bowl, está o icônico show do intervalo. O Halftime Show se transformou em uma poderosa plataforma de marketing musical, onde artistas consagrados não apenas se apresentam, mas também comunicam valores, estética, discursos e conexões emocionais. Essa performance não é só entretenimento — é branding em sua forma mais performática.

Ao se apresentar nesse palco, o artista fortalece sua marca pessoal e, ao mesmo tempo, se associa a empresas patrocinadoras, ampliando a presença de ambas diante de um público massivo e diversificado. Foi o caso de Beyoncé em 2016, quando lançou o single “Formation” durante sua performance. A apresentação foi marcada por referências políticas, ativismo e empoderamento, reforçando sua identidade como artista engajada — e influenciando diretamente sua imagem como marca, bem como as marcas que a apoiavam naquele momento.

Esse tipo de ativação musical eleva o conceito de audio branding, já que não se trata apenas de um jingle ou trilha sonora, mas de uma performance com alta carga simbólica e conexão afetiva com o público. O uso estratégico da música como ferramenta de comunicação transforma o momento em um exemplo de marketing de experiência de alto nível.

Integração entre marcas, música e cultura pop

O Super Bowl não é apenas um evento isolado, mas o centro de um ecossistema de ações publicitárias que se estendem antes, durante e após o jogo. Marcas como Pepsi, Apple Music e Doritos realizam campanhas que conectam o digital e o físico, utilizando o evento como ponto central de estratégias 360º. São criadas promoções, filtros em redes sociais, embalagens temáticas, vídeos nos bastidores e ativações que geram engajamento antes mesmo do kickoff.

Esse tipo de ação é conhecido como branding experiencial, em que a marca cria experiências sensoriais e emocionais que geram memórias duradouras. E a música, nesse contexto, é um recurso central: ela dá o tom da campanha, traduz sensações e amplia a conexão com o consumidor. No Super Bowl, a cultura pop, o marketing musical e a comunicação de marca se entrelaçam em uma coreografia publicitária de alta performance.

Quando a performance vira estratégia de marketing

Artistas que se apresentam no Super Bowl não recebem cachê, mas ganham algo de valor inestimável: exposição global. Em contrapartida, as marcas associadas aos artistas (patrocinadores, fornecedores, licenciadores) colhem os frutos de uma performance assistida por mais de 100 milhões de espectadores ao vivo. A apresentação se transforma em capital simbólico e viraliza em plataformas como YouTube, TikTok, Instagram e Twitter (X), criando um buzz espontâneo que gera milhões em mídia espontânea.

Além disso, os desdobramentos pós-show também fazem parte do plano: lançamentos de produtos, aumento no número de streams nas plataformas musicais, vendas de ingressos para turnês e colaborações comerciais são apenas algumas das estratégias conectadas a essa exposição. A performance deixa de ser apenas um show e passa a ser um movimento estratégico de branding, posicionamento e crescimento de mercado.

O Super Bowl como referência para o mercado publicitário global

Embora seja um evento norte-americano, o Super Bowl se tornou um fenômeno global. Marcas de todo o mundo analisam as campanhas lançadas nesse contexto para entender tendências em narrativa de marca, uso de recursos audiovisuais, performance de celebridades, marketing sensorial e consumo emocional. O evento é uma verdadeira aula de comunicação integrada, com ações que vão do storytelling à experiência de marca em multicanais.

Para profissionais de publicidade, estudantes de marketing e criadores de conteúdo, o Super Bowl é uma fonte inesgotável de referências. Ele inspira ações que combinam inovação, entretenimento e estratégia, mostrando que quando música, cultura e publicidade se unem, o impacto é não apenas comercial, mas também simbólico.

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