sustentabilidade e marketing de experiência

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Como aliar Sustentabilidade e Marketing de Experiência?

O marketing de experiência está em alta: hoje metade das empresas já investem quase 25% do orçamento de marketing em eventos e ativações, e falar de sustentabilidade virou uma obrigação.

E Marcas como Bacardi e Salesforce intensificaram seus esforços para reduzir resíduos em eventos, com compostagem e outras práticas verdes. Ou seja, não basta apenas dar brindes ou música alta — é preciso criar experiências sensoriais que alinhem propósito ambiental e branding emocional.

A seguir, conheça cases reais que colocaram a sustentabilidade no centro da experiência do consumidor.

Uber: Um Pub “Carbon-Negative” em Londres

Imagine um pub londrino chamado “The 55k Tonnes” (referência às 55 mil toneladas). Essa foi a ativação que a Uber montou em 2024 para celebrar as 55 mil toneladas de CO₂ evitadas desde 2021: eles transformaram um bar em um espaço interativo de energia limpa. Na fachada, o letreiro exibe orgulhosamente “Uber presents THE 55k TONNES” – e, lá dentro, cada bicicleta fixa com gerador conecta o participante à produção de energia. Enquanto os clientes pedalavam no balcão e tomavam uma cerveja (neutralizada em carbono), eles literalmente “geravam eletricidade enquanto saboreavam a bebida”, como destaca a matéria.

Dentro do pub, o clima era quase de festa: luzes coloridas, música e um placar mostrando a energia acumulada. Todos os passos vinham refletidos em números na tela, reforçando que “ações cotidianas podem contribuir para um futuro sustentável”. E mais: a Uber compensou até 100% das emissões do evento comprando créditos de carbono (HVAC, luzes, etc.), tornando a experiência carbono-negativa. Não havia canudos, guardanapos nem copos descartáveis – tudo era biodegradável ou reciclável. Na saída do pub havia até uma parede “Don’t Be Trashy”: uma arte interativa que dizia “Seja rainha da compostagem” ou “Seja chique e recicle”, incentivando o público a retornar embalagens aos coletores.

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Em suma, a Uber uniu entretenimento, propósito e dados mensuráveis (55k toneladas!) em uma ativação que fez o consumidor viver a mensagem ambiental na prática.

Google: Ativação Corporativa Modular e Reutilizável

Em um contexto B2B, o Google também apostou na sustentabilidade. Para três grandes conferências de tecnologia em 2023 (SHPE, NBMBAA e AI Summit), a ativação do Google foi criada para ter impacto ambiental mínimo e ser totalmente reutilizável. Como estratégia, tudo foi projetado em módulos: painéis, cenários e mobiliário desmontáveis que podem ser desmontados, guardados e remontados em outro evento. Cada componente foi catalogado e testado antes das feiras, garantindo montagem rápida e logística enxuta.

  • Estruturas modulares: facilitação na desmontagem e transporte, sem refazer do zero a cada evento.
  • Reaproveitamento garantido: documentação de peças e testes prévios para rápida instalação em locais diferentes.
  • Resultados obtidos: a ação gerou “reconhecimento de marca positivo” e forte engajamento nas redes sociais, além de um case de fabricação “sustentável e replicável”.

Ou seja, além de transmitir a mensagem de cuidado ambiental, essa ativação economizou recursos e criou um storytelling duradouro: cada estação seguinte reutiliza parte da anterior, reduzindo consumo de materiais e emissões ao longo do tempo.

Absolut no Coachella: Oásis “People, Planet, Product”

Outro exemplo criativo veio do Absolut Vodka no Coachella de 2019. A marca montou uma tenda-oásis temática “Planet Earth’s Favorite Vodka”, cheia de cores vibrantes e cenários instagramáveis. Havia uma pista de dança LED rosa neon, painéis em forma de garrafa e até um jardim de cactos luminosos – tudo para reforçar o conceito “pessoas, planeta e produto” em harmonia. Esse ambiente multissensorial (cores, música, ar-condicionado etc.) passou a mensagem de que a diversão e a sustentabilidade caminham juntas.

Na prática, a Absolut compensou todas as emissões do espaço comprando créditos de carbono e eliminou itens descartáveis: não havia guardanapos nem canudos, e os copos eram 100% recicláveis. No caminho de saída, montaram um mural “Don’t Be Trashy” e lixeiras customizadas por artistas LGBTQ+, convidando os fãs a se tornarem “rainhas da compostagem” e recicladores conscientes.

Essa ativação não apenas engajou o público de forma divertida (com DJs mulheres tocando hits e vibes positivas), como também reforçou valores da marca – inclusão e respeito ao meio ambiente – em cada detalhe da experiência.

Pisos Cinéticos e Engajamento Físico

Outra tendência das ativações sustentáveis é envolver o próprio corpo do consumidor na geração de energia. Muitas marcas têm usado pisos cinéticos – placas que transformam movimento em eletricidade – para engajar o público. Por exemplo, a IKEA inaugurou em sua loja um “hub cinético” onde os clientes podiam dançar: cada passo era convertido em energia que acendia displays e luzes internas. A cada batida no piso, o cliente via em tempo real como contribui para um consumo de energia mais limpo.

A imagem acima mostra esse tipo de piso em ação: pessoas dançando diante de um painel luminoso com “100” em LED, celebrando energia 100% renovável.

Essa experiência é poderosa justamente por ser sensorial: as luzes mudam conforme o esforço do público, a música sobe e todo mundo sente na prática o impacto do próprio movimento. Como a Pavegen (fornecedora da tecnologia) ressalta, essas ativações não são só “fotos que viralizam” – elas ensinam conceitos de renováveis no ato, deixando uma marca emocional na memória dos participantes.

Energia do Público em Festivais

Essa ideia ganhou força também nos festivais de música. Em um evento chamado Andel, por exemplo, instalaram um palco com piso interativo: cada pulinho da plateia gerava eletricidade que acendia luzes e alimentava o som. Ou seja, o público era parte ativa da produção do show. Na prática, a energia física dos fãs impulsionava o próprio evento e mostrava o poder do coletivo em tempo real. A experiência é memorável: você dança e sabe que, além de aproveitar a festa, está ajudando a acender as luzes do palco!

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Estudos indicam que esse tipo de ativação plugada no corpo torna a mensagem da marca ainda mais forte – os participantes se lembram do engajamento mútuo e do propósito de forma espontânea.

Brindes e Materiais Eco-friendly

Os brindes tradicionais (“lembrancinhas inúteis”) também foram reinventados. Em vez de itens de plástico descartável, as marcas estão oferecendo brindes que voltam à natureza. No SXSW 2023, por exemplo, uma agência deixou cartões promocionais de papel semente pendurados para o público pegar. Cada cartão vinha com a frase “Plante-me. Regue-me. Tome sol.”. Ao final do evento, o participante poderia enterrar aquele papel na terra e ver flores brotando no futuro – um brinde literal que germina significado.

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Outros exemplos incluem canetas que viram ervas e plásticos biodegradáveis inteligentes que se decompõem em meses, lembrando aos jovens consumidores que cada escolha de embalagem conta.

Resultados e Impacto Sustentável

O que todos esses cases têm em comum? Além do apelo “verde” evidente, cada ação gerou métricas concretas de impacto. No caso do Google, já mencionamos o engajamento social positivo. A Uber exibiu o dado das 55 mil toneladas evitadas, criando cobertura na imprensa e buzz nas redes.

O Absolut fortaleceu sua imagem de marca protetora do planeta – e provou isso sem perder o lado festivo. Cada hashtag ambiental ganhando tração e cada foto compartilhada nesses eventos contam como “métricas verdes” de engajamento.Em resumo, ativar a sustentabilidade num evento não é mais só uma questão de imagem: virou parte da experiência.

Consumidores jovens querem marcas que vivam seu propósito. Ao combinar estruturas modulares e materiais reciclados, brindes que retornam à natureza e atividades interativas como pisos cinéticos, essas marcas criaram experiências emocionais e memoráveis (estímulos visuais, sensoriais e narrativos) enquanto reduzem o impacto ambiental. É uma fórmula que garante marketing sensorial com propósito: o público sai do evento com boas lembranças e a percepção de que aquela marca faz a diferença, não apenas falando sobre isso.

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E, no fim, essa associação positiva reforça a marca no longo prazo – provar que “é possível se divertir enquanto se é sustentável” acaba sendo o maior legado de branding.

Confira também: AR/VR: Imersão no Marketing de Experiência

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