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Marcas de Bebidas e Música: Um Casamento Duradouro

Na história da publicidade, poucos casamentos são tão antigos — e ainda tão relevantes — quanto o de marcas de bebidas e a indústria da música. Essa união, que atravessa gerações e gêneros musicais, continua rendendo frutos em diferentes formatos: de parcerias com artistas globais a inserções em videoclipes, de ativações em festivais a menções em letras de músicas.

A afinidade entre essas marcas e o universo musical vai além de um patrocínio pontual. Trata-se de uma construção de identidade mútua, onde tanto o artista quanto a empresa reforçam sua imagem, ampliam alcance e se conectam com o público em nível emocional. Afinal, beber e ouvir música são experiências sensoriais, e quando bem integradas, podem se transformar em poderosas ferramentas de marketing.

Pepsi: da Era Michael Jackson à Geração TikTok

Se existe uma marca que soube explorar a música como linguagem de branding, essa marca é a Pepsi. Desde os anos 1980, a empresa aposta em grandes nomes da música pop para estrelar suas campanhas e construir sua imagem como uma marca jovem, ousada e culturalmente relevante.

O ponto de virada foi a icônica parceria com Michael Jackson em 1984, quando o astro regravou “Billie Jean” com a letra adaptada para a campanha “Pepsi Generation”. O comercial, que marcou época, não apenas alavancou as vendas da marca, mas também deu início a uma tendência: grandes artistas como Madonna, Beyoncé, Britney Spears e Pink seguiram estrelando campanhas multimilionárias da Pepsi nas décadas seguintes.

Mais recentemente, a marca voltou seu foco para a nova geração de consumidores, investindo em parcerias com artistas que dominam o universo digital. Um exemplo é Doja Cat, que protagonizou um remake musical do clássico “You’re the One That I Want”, de Grease, em um comercial da Pepsi para o Halloween. Com visual vibrante, coreografias virais e estética retrô-pop, o clipe foi pensado para repercutir nas redes sociais, especialmente no TikTok e Instagram Reels — mostrando como a estratégia de branding musical da Pepsi se atualiza sem perder sua essência.

Bacardi e Major Lazer: tropicalidade, batidas e lifestyle

Outro case relevante é o da Bacardi, marca de rum que há anos investe na música como canal estratégico. Em 2017, a marca firmou uma parceria criativa com o grupo de música eletrônica Major Lazer, famoso por seus hits tropicais e envolventes. O objetivo era claro: associar a bebida a momentos de celebração, verão e cultura jovem.

A campanha incluiu o lançamento da música “Front of the Line”, co-criada entre a banda e a marca, que foi incorporada a uma série de ativações digitais e presenciais, como festas exclusivas e desafios nas redes sociais. Além disso, Bacardi passou a investir fortemente em experiências de marca nos principais festivais de música, com estandes que combinavam coquetéis autorais, ambientação caribenha e interações digitais.

A música, nesse contexto, deixou de ser apenas uma trilha sonora para se tornar um vetor estratégico de comunicação e posicionamento, conectando Bacardi a um público multicultural e altamente conectado com tendências de consumo, moda e comportamento.

Presença em videoclipes e letras: a publicidade no detalhe

Além das campanhas explícitas, muitas marcas de bebidas utilizam inserções sutis e estratégicas dentro de videoclipes e composições musicais. Essa forma de publicidade, conhecida como product placement, tem se mostrado eficaz por sua capacidade de criar naturalidade e identificação.

Em clipes de artistas como Bad Bunny, Anitta, Cardi B e Travis Scott, não é raro encontrar garrafas de marcas como Hennessy, Corona, Absolut ou Johnnie Walker estrategicamente posicionadas em festas, bares ou na própria mão dos cantores. Essas aparições funcionam como selos de lifestyle, associando a marca à imagem do artista e aos valores que ele representa.

Nas letras, também há espaço para ativação. Citações a bebidas específicas reforçam o consumo aspiracional e contribuem para manter a marca no imaginário coletivo, especialmente entre públicos jovens e urbanos. Essa tática cria um tipo de branding quase orgânico, onde o produto aparece como parte da narrativa cultural e não como uma imposição publicitária.

Festivais, parcerias e novas fronteiras do branding musical

O envolvimento das marcas de bebidas com a música também se intensificou em festivais. Budweiser, Heineken, Smirnoff e Red Bull são exemplos de empresas que constroem ativações grandiosas nos maiores eventos do mundo — como Coachella, Rock in Rio e Tomorrowland — oferecendo experiências sensoriais, conteúdos exclusivos e pontos de contato memoráveis com o público.

Essas ativações são verdadeiros espetáculos. Elas incluem, por exemplo, estandes instagramáveis, palcos com DJs e drinks personalizados. Além disso, experiências gamificadas com realidade aumentada tornam tudo mais envolvente. Como resultado, cria-se uma forte associação emocional entre a marca e o momento vivido. Consequentemente, isso reforça o valor simbólico do produto consumido.

Além disso, parcerias com artistas locais fortalecem ainda mais a conexão com o público. Outro ponto importante são as playlists exclusivas no Spotify e Apple Music, que ampliam o alcance da estratégia. Dessa forma, o contato com o consumidor vai além do evento físico.

Conclusão: uma aliança que continua se reinventando

O casamento entre marcas de bebidas e música está mais forte do que nunca. Anteriormente, a música era apenas pano de fundo para campanhas. No entanto, hoje ela se tornou parte central da estratégia de comunicação. Além disso, a música ajuda a construir narrativas e reforçar posicionamentos. Igualmente importante, ela também gera uma lembrança de marca significativa.

Por exemplo, dos comerciais grandiosos da Pepsi aos beats da Bacardi, a música está sempre presente. Além disso, inserções em clipes e ativações em festivais confirmam seu papel fundamental no marketing. Para as marcas de bebidas, essa relação é essencial, pois dessa forma, ela mantém a relevância e o desejo do público pelas marcas.

Assim, as marcas conseguem se conectar com gerações que vivem a música.

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