Como Sabrina Carpenter e outras artistas usaram a força do marketing no pop
como Charli XCX, Sabrina Carpenter e Chappell Roan conquistaram o topo das paradas depois de anos de trajetória discreta.

Na indústria musical contemporânea, talento é essencial. No entanto, isso já não basta. Além disso, algoritmos, redes sociais e imagem definem quem chega ao topo. Por consequência, o marketing se tornou um dos pilares da ascensão artística. Nesse sentido, as trajetórias de Charli XCX, Sabrina Carpenter e Chappell Roan ilustram bem essa dinâmica. Durante anos, elas ficaram à margem do grande público. Mesmo assim, mantiveram autenticidade, consistência e estratégias certeiras. Como resultado, conquistaram o reconhecimento massivo que hoje desfrutam.
Charli XCX: do pop alternativo ao topo com Brat
Charli XCX passou anos como estrela do pop alternativo, mas ainda assim permaneceu à margem do mainstream. Agora, vive um de seus momentos mais impactantes com o álbum Brat. Desde antes do lançamento, o projeto já gerava expectativa. Além disso, a estética visual marcante — com o verde neon dominando as redes — chamou atenção. Por fim, singles como Von dutch e Club classics anteciparam a proposta ousada que define o som do disco.

A campanha de Brat foi intensa e estratégica. Com teasers virais, estética provocativa e engajamento direto com o público online, Charli criou mais que um lançamento musical — na verdade, transformou Brat em um evento cultural. Mesmo flertando com o hyperpop e a experimentação, ela conseguiu romper a barreira do nicho. Com isso, ocupou um espaço de liderança no pop global, provando que inovação e marketing podem, sim, caminhar juntos rumo ao sucesso.
Sabrina Carpenter: da imagem teen ao topo da Billboard e do Grammy
Sabrina Carpenter é, hoje, um dos nomes mais quentes do pop. No entanto, sua ascensão ao estrelato não foi imediata. Durante anos, ela buscou se distanciar da imagem de ex-estrela da Disney, até que, em 2022, encontrou seu ponto de virada com o álbum emails I can’t send. Além disso, consolidou essa nova fase ao abrir os shows da The Eras Tour, de Taylor Swift. Como resultado, ganhou visibilidade global e reforçou sua credibilidade artística. Logo depois, Sabrina lançou Espresso, single com estética retrô e refrão marcante, divulgado pouco antes de sua estreia no Coachella. A música viralizou, tornando-se um dos maiores hits de 2024. Na sequência, Please Please Please lhe rendeu o primeiro #1 na Billboard Hot 100. Com o clipe estrelado por Barry Keoghan e uma divulgação digital envolvente, ela aumentou ainda mais o engajamento e consolidou seu lugar no topo.

Esses lançamentos prepararam o terreno para o álbum Short n’ Sweet, cuja estética visual mistura feminilidade, brilho e referências vintage com uma pegada moderna e provocadora. A identidade do projeto — marcada por tons de rosa, metalizados e elementos retrô — reflete uma artista segura de sua imagem, brincando com o glamour e a ironia em doses bem medidas.
A consagração veio com a vitória no Grammy Awards, na categoria Melhor Performance Pop Solo, selando de vez o momento estelar de Sabrina Carpenter. Sua trajetória recente é prova de que, com talento, coerência estética e um planejamento de marketing certeiro, é possível ressignificar uma carreira e atingir o topo com autenticidade.
Chappell Roan: da resistência ao reconhecimento com autenticidade queer
Entre os casos mais inspiradores de reconhecimento tardio está o de Chappell Roan. A cantora, que iniciou sua carreira em 2017 e foi dispensada precocemente por uma gravadora, passou anos apostando na independência e na construção de uma base fiel. Sua estética teatral, identidade queer e performances intensas foram ganhando força até que, em 2024, ela explodiu com o sucesso de Good Luck, Babe! — uma faixa emocional, viral nas redes, que marcou sua estreia nas paradas globais.

Curiosamente, um dos símbolos dessa trajetória é a faixa Pink Pony Club, lançada em 2020. A canção só passou a ganhar notoriedade anos depois, sendo redescoberta por um novo público e se tornando um hino de libertação queer. O poder da música foi revivido pelo boca a boca digital, revelando como o tempo e o contexto certo podem mudar o destino de uma obra.
A consagração veio com o Grammy Awards, onde Chappell Roan venceu na categoria Artista Revelação. Em seu discurso, emocionou o público ao afirmar: “Foram anos sem saber se minha voz era suficiente. Hoje, sei que ser quem eu sou é meu maior poder”. A frase viralizou e se tornou símbolo de representatividade e resistência.
Marketing como ponte entre talento e reconhecimento
O que une essas três artistas é mais do que talento: é a compreensão de que, na era do streaming, presença digital e construção de marca são tão fundamentais quanto a música. Seja com estética visual poderosa, narrativa pessoal bem construída ou ações virais planejadas, Charli XCX, Sabrina Carpenter e Chappell Roan mostram que sucesso também se conquista com estratégia.
E acima de tudo, elas provam que o tempo certo não é só uma questão de sorte — é, muitas vezes, resultado de anos de trabalho silencioso que, com o plano certo, finalmente encontra seu palco.
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