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Desejo, excesso e caos: por que o marketing do exagero funciona

Desejo e excesso: por que o marketing do exagero funciona

As campanhas que mais geram comentários nos últimos anos seguem um caminho bem diferente do que era considerado ideal até pouco tempo. O equilíbrio visual cede espaço para o exagero, e o silêncio dá lugar ao ruído. Cores gritantes, sons estridentes e mensagens intensas constroem uma nova estética no mundo da comunicação.

Essa abordagem recebe o nome de marketing do excesso. Em vez de buscar a sutileza, ela aposta no impacto. A intenção não é apenas mostrar algo, mas criar uma experiência quase impossível de ignorar. E, justamente por isso, funciona.

O desconforto que atrai

Algo chama atenção quando causa estranhamento. O desconforto, por mais curioso que pareça, tem poder de atração. Nesse sentido, o marketing do excesso usa essa sensação como estratégia. Uma peça que parece exagerada ativa a curiosidade. Ela quebra a lógica do feed e força o olhar a parar.

Além disso, o público reage com mais força a estímulos que fogem do padrão. O caos visual, se bem usado, cria ruído o suficiente para marcar território. Essa escolha muitas vezes transforma rejeição inicial em lembrança persistente. O choque passa a fazer parte da linguagem da marca.

Emoção com exagero

O marketing do exagero não tenta parecer racional. Pelo contrário, ele abraça o exagero emocional como principal forma de conexão. Não há tempo para explicar muito. A comunicação entra direto no sensorial. Em poucos segundos, o público sente algo, mesmo que não saiba exatamente o quê.

Nesse modelo, a emoção vale mais que o argumento. Quanto mais intensa for a reação, melhor. Por isso, cores saturadas, trilhas agressivas e atuações forçadas aparecem com tanta frequência nessas campanhas. Nada é colocado ali por acaso.

Quando o ruído vira estilo

Algumas marcas não usam o marketing do exagero apenas como recurso pontual. Elas transformam o excesso em identidade. A Skol Beats, por exemplo, constrói uma narrativa audiovisual onde o exagero é regra. Já o Burger King assume uma estética descontrolada para reforçar a ideia de autenticidade. KitKat também flerta com essa linguagem para sair do lugar-comum.

Essas campanhas não pedem atenção de forma educada. Elas ocupam o espaço e criam experiências que se impõem. Em mercados saturados, esse tipo de comunicação consegue diferenciar a marca por saturação, não por silêncio.

Público jovem pede intensidade

Alguns nichos esperam esse tipo de linguagem. A moda urbana, os eventos de música eletrônica, as bebidas energéticas e até os produtos voltados à cultura gamer trabalham com o exagero como padrão. Para esses públicos, a simplicidade muitas vezes soa como frieza. Já o excesso reforça presença, autenticidade e posicionamento.

Além disso, o marketing do excesso dialoga com o ritmo frenético da internet. A sobrecarga virou parte da paisagem digital. Marcas que entendem isso ganham vantagem. Elas se comportam como parte do fluxo, não como uma pausa nele.

Nem sempre é preciso parecer equilibrado

O exagero não substitui completamente outras abordagens. No entanto, ele se mostra essencial em contextos onde a competição por atenção é agressiva. Uma marca que se recusa a correr riscos visuais pode acabar invisível.

Por isso, o marketing do excesso não pode ser subestimado. Ele grita, mas com propósito. Ele confunde, mas com intenção. Embora pareça desorganizado, ele obedece a uma lógica própria. E, dentro dessa lógica, tudo que parece demais se torna necessário.

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