Cristiano Ronaldo, Coca-Cola e o Impacto no Marketing Esportivo
O marketing esportivo representa uma das estratégias mais eficazes para fortalecer marcas por meio da associação com atletas e eventos. Em 2021, Cristiano Ronaldo protagonizou uma cena inesperada que revelou o poder dessa conexão. Ao afastar uma garrafa de Coca-Cola durante uma coletiva de imprensa e recomendar água, o jogador gerou um impacto significativo, mesmo sem intenção comercial.
A ação que surpreendeu o mundo
Durante a Eurocopa de 2020 (realizada em 2021 por causa da pandemia), Cristiano Ronaldo participou de uma coletiva pela seleção de Portugal. Assim que se sentou, percebeu duas garrafas de Coca-Cola à sua frente — produto patrocinador oficial do torneio. Sem hesitar, ele afastou as garrafas, ergueu uma garrafa de água e disse: “Água!”, em um gesto simples, porém cheio de significado.
Repercussão global e imediata
O vídeo viralizou em minutos. Milhões de pessoas compartilharam o momento nas redes sociais, o que gerou discussões sobre hábitos saudáveis, ética nos patrocínios e influência das celebridades.
Além disso, a reação do mercado foi quase instantânea. A Coca-Cola enfrentou uma perda de cerca de 4 bilhões de dólares em valor de mercado em um único dia. Esse episódio provou como atitudes espontâneas de atletas podem afetar profundamente as marcas envolvidas.

Um case involuntário de marketing esportivo
Apesar de não ter sido planejado como uma campanha de marketing esportivo, o gesto de Ronaldo se transformou em um case clássico. Ele demonstrou que o comportamento de um atleta pode interferir diretamente na percepção do público sobre um produto, especialmente quando existe um desalinhamento entre os valores da marca e os do esportista.
Dessa forma, o marketing esportivo vai muito além do patrocínio. Trata-se de uma relação que exige sintonia real entre imagem, propósito e mensagem.
Autenticidade: o verdadeiro valor da influência
Cristiano Ronaldo sempre valorizou a saúde e a disciplina. Portanto, o gesto reforçou sua imagem e demonstrou coerência com seus hábitos e posicionamento. Essa autenticidade fortalece sua influência, pois o público reconhece e respeita atitudes genuínas.
Consequentemente, os profissionais de marketing precisam levar em conta o comportamento e os valores pessoais dos atletas em campanhas esportivas. Um deslize pode custar caro, como demonstrou a queda no valor de mercado da Coca-Cola após o episódio.
Coca-Cola e o desafio de controlar a narrativa
Mesmo tentando minimizar o impacto com declarações diplomáticas, a Coca-Cola não conseguiu conter totalmente os danos. A empresa afirmou que “cada um tem suas preferências”, mas a repercussão já estava consolidada.
Por isso, marcas envolvidas com o marketing esportivo precisam estar preparadas para possíveis divergências. A tentativa de controlar todas as narrativas é limitada, principalmente em tempos de redes sociais, onde a espontaneidade gera mais engajamento do que discursos ensaiados.
O legado da atitude
A atitude de Cristiano Ronaldo deixou uma lição valiosa. Em poucos segundos, ele gerou um impacto maior do que muitas campanhas publicitárias. Além disso, mostrou como atletas influenciam a percepção de valor de uma marca — seja de forma positiva ou negativa.
Logo, o marketing esportivo precisa estar atento não apenas à visibilidade, mas também à coerência entre discurso e prática. Quando um atleta transmite autenticidade, ele tem poder de mobilização. No entanto, se houver incompatibilidade entre valores, a crise se torna quase inevitável.
Conclusão
O caso de Cristiano Ronaldo e a Coca-Cola exemplifica como o marketing esportivo deve ser estratégico, coerente e consciente. Não basta apenas associar uma marca a um rosto famoso. É fundamental considerar a história, os hábitos e os valores do atleta.
Por fim, esse episódio reforça a importância da autenticidade e da conexão verdadeira com o público. Afinal, em um mundo onde cada gesto pode ser capturado e compartilhado instantaneamente, a coerência se torna o ativo mais valioso de qualquer marca.
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