Por muito tempo, o universo da lingerie foi dominado por um ideal rígido de beleza: corpos magros, brancos, altos e sexualizados sob o olhar masculino. Marcas como a Victoria’s Secret ajudaram a consolidar esse padrão, vendendo uma sensualidade artificial e excludente. Mas Rihanna, com a Savage X Fenty, revolucionou essa lógica — reposicionando o olhar da indústria para uma nova era onde moda e representatividade caminham juntas.
Moda e representatividade no centro da passarela
Desde o primeiro desfile, em 2018, a Savage X Fenty mostrou que inclusão não seria um detalhe, mas o centro de sua proposta. A marca levou às passarelas pessoas diversas: diferentes raças, corpos gordos, pessoas com deficiência, trans, não binárias, de várias idades e expressões de gênero. A combinação entre moda e representatividade não ficou só na estética — virou estratégia, discurso e prática.
Mais do que colocar pessoas diversas no palco, a marca garantiu que cada corpo estivesse ali com protagonismo, não como exceção. Essa abordagem contrastou fortemente com o que a indústria fazia até então, abrindo espaço para que mais marcas repensassem suas próprias estratégias.
Além do elenco diverso, os desfiles da Savage X Fenty propõem uma experiência totalmente inovadora. Eles não são apenas apresentações de moda — são espetáculos performáticos que mesclam música, dança, arte e narrativa visual. Ao transformar a passarela em um palco de expressão e empoderamento, Rihanna criou uma nova linguagem para o setor.
Todos os corpos no centro da cena
Ao reunir nomes como Lizzo, Normani, Paris Hilton, Cindy Crawford e pessoas anônimas em um mesmo desfile, a Savage X Fenty rompe com a lógica hierárquica da moda tradicional, onde apenas certos corpos e celebridades tinham espaço. Na proposta de Rihanna, não há “corpo ideal” — há corpos reais, múltiplos e potentes, que dançam, se movimentam e se expressam com liberdade.
Essas apresentações celebram o conforto e a autenticidade, não a performance de um padrão inalcançável. Essa estética não apenas emociona, mas também reposiciona o olhar do consumidor, que passa a enxergar a si mesmo nas campanhas e passarelas. A sensualidade deixa de ser um molde único para se tornar algo pessoal, subjetivo e libertador.
Ao adotar esse olhar, a marca reforça que moda e representatividade não são tendências passageiras, mas fundamentos essenciais para uma comunicação mais empática, contemporânea e conectada com a realidade de quem consome. Savage X Fenty mostra que há poder — e mercado — em vestir todas as identidades.
O impacto da Savage X Fenty na indústria da moda
A chegada da Savage X Fenty representou um verdadeiro marco na indústria da moda íntima e além. Por anos, a Victoria’s Secret foi símbolo máximo dos desfiles de lingerie, mas sua abordagem começou a ser vista como ultrapassada e desconectada da diversidade real dos consumidores. Com seus padrões rígidos de beleza — corpos magros, brancos e sexualizados — a marca enfrentou críticas crescentes por falta de inclusão e por promover uma sensualidade limitada.
Rihanna e sua Savage X Fenty mudaram esse cenário ao colocar a moda e representatividade como pilares centrais de sua marca. A ousadia e o protagonismo da diversidade não só conquistaram o público, mas também forçaram o mercado a repensar suas práticas. A Victoria’s Secret, que por décadas ditou regras, viu sua hegemonia ser abalada, precisando reformular seus desfiles e campanhas para tentar se alinhar às demandas contemporâneas.
O sucesso da Savage X Fenty provou que a inclusão é não só uma questão ética, mas uma estratégia comercial inteligente e necessária. A marca abriu espaço para que outras grifes questionassem o status quo e entendesse que a moda precisa dialogar com a pluralidade do mundo real, promovendo uma representatividade verdadeira que dialogue com todas as pessoas.
A revolução promovida pela Savage X Fenty prova que moda e representatividade são mais do que conceitos — são forças transformadoras que redefinem o setor. Ao desafiar padrões antigos e abrir espaço para a diversidade real, Rihanna não só mudou o olhar da indústria, mas também empoderou consumidores a se reconhecerem e celebrarem suas singularidades. Essa mudança cultural mostra que a moda contemporânea precisa ser inclusiva para ser relevante, e que o futuro das passarelas pertence a quem abraça a pluralidade como valor central.
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