
Nos últimos anos, o TikTok revolucionou a maneira como as marcas constroem campanhas publicitárias, especialmente ao utilizar a música como motor de engajamento, viralização e conexão com o público. O aplicativo deixou de ser apenas uma rede social de vídeos curtos para se tornar uma plataforma estratégica de marketing musical, onde jingles e trilhas publicitárias ganham vida própria e se espalham de forma orgânica por milhões de telas.
A lógica de consumo do TikTok gira em torno da repetição, do ritmo e da estética audiovisual. Nesse ambiente, a música não é só trilha de fundo, mas protagonista: ela guia coreografias, ativa emoções, cria comunidades e, sobretudo, impulsiona marcas. Muitas empresas já entenderam o potencial de transformar hits em estratégias de branding, criando ou licenciando canções pensadas para viralizar. É a publicidade musical elevada à sua forma mais contemporânea e interativa.
Doja Cat e a força dos hits pensados para as redes

Um dos casos mais emblemáticos de marketing musical bem-sucedido no TikTok é o da cantora Doja Cat com a música “Say So”. Embora tenha sido lançada em 2019, o single ganhou notoriedade e escalou as paradas mundiais após ser utilizado em uma trend de dança na plataforma, criada organicamente por usuários e amplificada por influenciadores digitais.
O sucesso não foi por acaso. A sonoridade retrô, o ritmo envolvente e a letra simples tornaram a faixa ideal para ser replicada em vídeos curtos. A gravadora e a equipe de marketing da artista rapidamente perceberam o potencial do TikTok e passaram a investir em ações para amplificar o alcance da canção. Logo, Doja Cat se consolidou como ícone pop multiplataforma e passou a fechar contratos publicitários com marcas como Pepsi e Candy Crush, que usaram sua imagem e músicas em campanhas direcionadas ao público jovem e digitalmente ativo.
Esse movimento revelou um novo caminho: canções podem ser criadas ou impulsionadas já com o intuito de viralizar — e isso abre uma avenida de oportunidades para marcas que desejam usar a música como um vetor de comunicação em redes sociais.
Quando a marca vira trend: Maybelline, C&A e Mercado Livre

Empresas brasileiras e internacionais, portanto, investem em trilhas personalizadas e curadoria musical no TikTok para se destacar no mercado.
Por exemplo, a Maybelline Brasil lançou a campanha “Lash Sensational Sky High” com música original e criadores parceiros. Assim, incentivou desafios de maquiagem com a trilha de fundo. Como resultado, isso gerou milhões de visualizações e aumento significativo nas vendas.
Já a C&A associou sua campanha de moda jovem a um remix dançante de funk e pop. Além disso, convidou influenciadores para criar coreografias no TikTok. Consequentemente, surgiu uma trend espontânea que fortaleceu a marca entre a Geração Z.
Enquanto isso, o Mercado Livre usou trilhas animadas e exclusivas em datas promocionais como Black Friday. Planejou músicas com refrões simples e batidas cativantes para viralizar. Além disso, a estratégia incluiu filtros, challenges e parcerias com criadores. Assim, a música tornou-se um ativo publicitário, não só um complemento.
Marketing musical e estratégia nas redes sociais
O TikTok não é uma vitrine passiva: ele exige ação, repetição e criatividade. É por isso que a música se tornou um dos principais gatilhos para o engajamento. Ao criar uma campanha com uma trilha sonora marcante, a marca convida o público a participar, remixar, reinventar. Isso transforma o consumidor em cocriador — um fenômeno que fortalece o vínculo afetivo com o público e amplia o alcance da comunicação.
Do ponto de vista do branding, a escolha da trilha certa — seja licenciada ou original — ajuda a transmitir o tom de voz da marca, seus valores e sua estética. Uma música alegre e divertida atrai um público mais descontraído; um som mais sofisticado pode posicionar o produto como premium. Em ambos os casos, a música passa a ser um elemento estratégico de identidade, funcionando como assinatura sonora nas redes.

Além disso, o uso de sons autorais facilita o controle da mensagem e protege o conteúdo contra bloqueios por direitos autorais, fator importante em campanhas de longo alcance. Por isso, muitas agências e equipes de marketing já trabalham com compositores e produtores especializados em música para publicidade digital, criando trilhas sob medida para cada ação.
O futuro do áudio branding nas plataformas sociais
A ascensão do TikTok impulsionou o que muitos já chamam de “publicidade sensorial digital”, onde o som tem papel central na construção de experiências e na criação de vínculos com as marcas. Com algoritmos que favorecem músicas cativantes e vídeos bem editados, as marcas que dominam esse jogo saem na frente.
A tendência é clara: no TikTok, quem canta, vende. Seja por meio de trilhas originais, licenciamento de hits ou parcerias com artistas e influenciadores, a música tem se mostrado uma das formas mais eficazes de capturar atenção, gerar buzz e converter interesse em ação. O marketing musical deixou os bastidores e se tornou protagonista — e as marcas que entendem esse movimento estão moldando o futuro da publicidade nas redes sociais.
Deixe um comentário